Ruínas
Se é sempre Outono o rir das Primaveras
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras,
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do reina das Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais altos do que as águias pelo ar!
Mais altos do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar...Deixa-os tombar
/Florbela Espanca/
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